O distrito de Varpa é famoso por abrigar uma comunidade de imigrantes letões, oriundos da Letônia, um país europeu localizado na costa do Mar Báltico.
O termo letão “vārpa“ significa “espiga“, representando a ideia de outras unidades se conectando à unidade principal, como os diferentes núcleos da colônia se formando ao redor da área central.
A colônia de imigrantes letos no Brasil foi formada principalmente após a Primeira Guerra Mundial, quando eles deixaram a Letônia devido às restrições impostas pelo regime bolchevique. A maioria dos imigrantes era de religião batista. Os imigrantes desembarcavam no Porto de Santos e viajavam de trem até a estação ferroviária de Sapezal, em Paraguaçu Paulista, percorrendo depois 31 quilômetros a pé pela mata até chegar à colônia.
A primeira iniciativa foi feita por dois imigrantes que compraram terras na margem do Rio do Peixe em novembro de 1922 e estabeleceram a colônia de Varpa e a Corporação Evangélica Palma. Em seguida, mais de 2.400 imigrantes letos chegaram e formaram uma comunidade baseada no sistema de cooperativa. Eles desbravaram a mata, construíram casas no estilo europeu e eram autossuficientes, inclusive gerando energia elétrica a partir de uma queda d’água local.
Construíram uma grande igreja batista, que se tornou a maior da América do Sul na época, com capacidade para mais de 1.000 pessoas sentadas. A educação era ministrada por professoras da própria comunidade, e o letão era o idioma principal, embora o português fosse ensinado de forma limitada.
Três anos após a colonização, em 1925, a Câmara Municipal de Campos Novos solicitou a elevação de Varpa a distrito perante a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Assim, durante a segunda metade dos anos 1920 e ao longo da década de 1930, Varpa alcançou seu auge.